sábado, 17 de outubro de 2015

As Pombas (Raimundo Correia)

As Pombas
(Raimundo Correia)

Vai-se a primeira pomba despertada…
Vai-se outra mais… mais outra… enfim dezenas
De pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sanguínea e fresca a madrugada.
E à tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais de novo elas, serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada.
Também dos corações onde abotoam,
Os sonhos, um por um, céleres voam,
Como voam as pombas dos pombais;
No azul da adolescência as asas soltam,
Fogem… Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles aos corações não voltam mais.

Soneto da Fidelidade (Vinícius de Moraes)

Soneto da Fidelidade
(Vinícius de Moraes)

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Poema Sujo (Ferreira Gullar)

Poema Sujo
(Ferreira Gullar)

turvo turvo
a turva
mão do sopro
contra o muro
escuro
menos menos
menos que escuro
menos que mole e duro
menos que fosso e muro: menos que furo
escuro
mais que escuro:
claro
como água? como pluma?
claro mais que claro claro: coisa alguma
e tudo
(ou quase)
um bicho que o universo fabrica
e vem sonhando desde as entranhas
azul
era o gato
azul
era o galo
azul
o cavalo
azul
teu cu
tua gengiva igual a tua bocetinha
que parecia sorrir entre as folhas de
banana entre os cheiros de flor
e bosta de porco aberta como
uma boca do corpo
(não como a tua boca de palavras) como uma
entrada para
eu não sabia tu
não sabias
fazer girar a vida
com seu montão de estrelas e oceano
entrando-nos em ti
bela bela
mais que bela
mas como era o nome dela?
Não era Helena nem Vera
nem Nara nem Gabriela
nem Tereza nem Maria
Seu nome seu nome era…
Perdeu-se na carne fria
perdeu na confusão de tanta noite e tanto dia
(Trecho de Poema Sujo, de Ferreira Gullar).

sábado, 26 de setembro de 2015

GAÚCHA DE CORAÇÃO
( Maria Eduarda )Minha criação.

Primavera, outono
Inverno ou verão
Como é bom um amargo chimarrão.

Churrasco, careteiro
Ou quem sabe um pinhão
Gaúcho que é gaúcho
Segue a tradição.

Uma casa no meio do mato
Calço me sapato
E vou cavalgar.

Fandango agora a tarde
Para matar a saudade e a lealdade
De estar com meus amigos de verdade.

Uma bela prenda
Em um belo vestido
Me deu saudade de meu marido.

Sigo a tradição
Sou gaúcha de coração.




TE AMO
( Maria Eduarda )Minha criação

Quanto mais te olho
Mais te adoro.

Olhar não cai pedaço
Nem te tira do espaço.

Te amo 
Mais do que te quero
Eu sei que não é meu ramo
Meu ramo é coca-cola zero.

Não precisa se esconder
Vou te proteger.




AVISO: Se alguns dos poemas não tiver nome fui eu que fiz, se estiver escrito " Maria Eduarda " também fui eu que fiz.
Com esperança que algum dia seja recompensada.

Vou-me Embora pra Pasárgada (Manuel Bandeira)

Vou-me Embora pra Pasárgada

(Manuel Bandeira)

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d’água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcaloide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.

DIFERENÇA ENTRE POEMA E TEXTO

O poema se organiza em estrofes e versos, á o texto em parágrafos e frases.
O poema normalmente tem rimas mas se não tem chamamos eles de poema branco.
O poema é organizado :

a) Cruzada ou alternada: (ABAB) O primeiro verso rima com o terceiro, e o segundo com o quarto:
“Cheguei, chegaste. Vinhas fatigada A
E triste, e triste e fatigado eu vinha; B
Tinhas a alma de sonhos povoada A
E a alma de sonhos povoada eu tinha.” B

b) Emparelhada: (AABB) O primeiro verso rima com o segundo, e o terceiro com o quarto:
“Manhã de junho ardente. Uma encosta escavada A
seca, deserta e nua, à beira de uma estrada A
Terra ingrata, onde a urze a custo desabrocha B
bebendo o sol, comendo o pé, mordendo a rocha.” B
c) Interpolada: (ABBA) O primeiro verso rima com o quarto, e o segundo com o terceiro:
“Para canto de amor tenros cuidados. A
Tomo entre voz, ó montes, o instrumento; B
Ouvi pois o meu fúnebre lamento; B
Se é que compaixão dos animados.” A
http://www.coladaweb.com/literatura/poema-e-poesia

O texto é organizado em:

Frase:
 É o enunciado com sentido completo, capaz de fazer uma comunicação. Na frase é facultativo o uso do verbo.
 Exemplos:  Atenção!  Que frio!  A China passa por dificuldades.
As frases classificam-se em:
a) Declarativa: faz uma declaração. “Os olhos luziam de muita vida…” (Machado de Assis)
 b) Interrogativa: utiliza uma pergunta. “Entro num drama ou saio de uma comédia?” (Machado de Assis)
 c) Exclamativa: expressa sentimento. “Que imenso poeta, D. Guiomar!” (Machado de Assis)
d) Imperativa: dá uma ordem ou pedido. “Chegue-se mais perto…” (Machado de Assis) Oração: É o enunciado com sentido que se estrutura com base em um verbo. Na oração é preciso usar verbo ou locução verbal.
Exemplos:
 A fábrica, hoje, produziu bem.
  Homens e mulheres são iguais perante a lei.
 Período:
É a oração composta por um ou mais verbos.
 O período classifica-se em:
 Simples: tem apenas uma oração.
  “As senhoras como se chamam?” (Machado de Assis) Composto: tem duas ou mais orações.
  “Um deles perguntou-lhes familiarmente se iam consultar a adivinha”. (Machado de Assis).

Muitos textos apresentam problemas de estrutura textual. Para que a organização esteja presente é necessário que o texto esteja correto deste o início (introdução), que a paragrafação e a sequência lógica sejam claras, assim como a organização das ideias.
 I. Articulação dos parágrafos:
 O parágrafo é uma unidade de composição, constituído por um ou mais de um período, em que se desenvolve determinada ideia central ou nuclear, a que se agregam outras, secundárias, intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente decorrentes dela. O tópico frasal é constituído habitualmente por um ou dois períodos curtos iniciais, que é a introdução da unidade de composição, fornecendo o tema a ser desenvolvido.
Tal consideração é também feita de forma generalizada, pois o tópico frasal pode não ser inicial, mas sem dúvida, este é o tipo mais usado por consagrados escritores e recomendado para os principiantes. Considerando a recomendação de iniciar o parágrafo com o tópico frasal, este pode assumir aspectos diferenciados, a saber:
declaração inicial - quando primariamente se afirma ou nega algo, para na sequência justificar a sentença, desta forma o primeiro período poderia servir de título para o parágrafo;
definição - neste aspecto o tópico frasal assume um conceito do objeto, material ou imaterial, em questão;
divisão – Buscando objetividade e clareza, apresenta-se o tópico frasal sob a forma de divisão do objeto em foco.
 O tópico frasal pode estar inserido em outra parte do texto, ou pode também estar diluído neste e até mesmo implícito, o que requer muita perspicácia do escritor e é claro para o leitor.
 Observe algumas formas de se começar um texto, tiradas do livro Roteiro de redação:
1. Uma declaração (tema: liberação da maconha): É um erro grave a liberação da maconha. Provocará de imediato a violenta elevação do consumo. O Estado perderá o precário controle que ainda exerce sobre as drogas psicotrópica


http://www.cursoacesso.com.br/wp-content/uploads/LABORATORIO_REDACAO_3.pdf